5. Você acredita que o medo, as aflições aumentam o grau de empatia entre pessoas?


Empatia é a resposta afetiva vicária a outras pessoas, ou seja, uma resposta afetiva adequada a uma situação que envolve outra pessoa, e não a si próprio. A psicologia e as neurociências contemporâneas consideram a empatia um tipo de “inteligência emocional" que pode ser cognitiva ou afetiva. A primeira está relacionada à capacidade de compreender a perspectiva psicológica do outro (tomada de consciência). A afetiva refere-se à habilidade de experimentar reações emocionais por meio da observação da experiência de outrem. Na empatia a distinção entre o eu e o outro é conservada e o estado emocional permanece direcionado ao objeto.

A aflição é um sentimento de agonia, de intenso sofrimento, preocupação ou desassossego por alguma causa ou coisa que possa afetar nossa vida direta ou indiretamente. É ainda a sensação de que algo "não está certo", ou mesmo de que alguma coisa errada ou traumática possa acontecer. Há um número amplo de experiências que evidenciam a ativação empática em diferentes grupos, frente a pessoas que demonstram sinais de aflição.

Pesquisadores sugerem que o sistema límbico e suas conexões com o córtex pré-frontal proporcionariam às pessoas a capacidade de se colocar no lugar dos outros, logo, essas estruturas cerebrais estariam envolvidas com o sentimento de empatia.

Alguns estudos foram desenvolvidos a fim de comprovar as bases neuronais da empatia e sua relação com situações de aflição de outras pessoas por meio do uso de imagens feitas através de ressonância magnética que captavam a atividade cerebral. Em uma dessas experiências, voluntárias eram submetidas a estimulações de dor na mão e seus resultados foram comparados com outros obtidos com essas mesmas voluntárias quando seus esposos recebiam o estímulo doloroso. Constatou-se que as atividades cerebrais das esposas aumentavam nas regiões do cérebro responsáveis por sinalizar a aflição dolorosa (sensação subjetiva) quando seus esposos eram submetidos ao choque como se o estímulo doloroso tivesse sido aplicado nelas mesmas. No entanto, as regiões responsáveis pela dor física (sensação objetiva) só mostravam atividade quando as voluntárias realmente recebiam o choque.

Assim, a ativação empática pode se estabelecer quando observamos outras pessoas em situação de aflição seja por imitação quando são criados indicadores internos que auxiliam na compreensão e na sensação emocional em si próprio ou por associações com sensações já experienciadas pelo observador.